Web atrai nova geração de empreendedores

A chance de ganhar muito com pouco investimento e pequena infraestrutura têm sido atrativo para esse público

Mais do que um espaço para troca de e-mails, busca de informações, ou para encontrar pessoas, a internet representa, hoje, um novo, e promissor, campo de atuação para muitos empreendedores. Afinal, são dezenas de milhares de pessoas comprando on-line de forma rotineira, e cerca de R$ 15 bilhões vendidos pela web, só no ano passado, no Brasil - 41% a mais que em 2009. Não é à toa, portanto, que esse tipo de empreendedorismo venha ganhando espaço e conquiste, a cada dia, novos adeptos, sobretudo entre micros e pequenos investidores.

É que a oportunidade de ganhar muito com pouco investimento e a necessidade de pequena infraestrutura têm sido os principais atrativos dos negócios virtuais entre esse público, que aproveita ainda para explorar segmentos bem específicos que não são atendidos pelas grandes empresas. Mais do que as costumeiras lojas virtuais, ideias inovadoras e nichos de mercado que podem se transformar em negócios bem-sucedidos se devidamente explorados.

Para se ter uma ideia, enquanto os maiores varejistas da internet brasileira vendem centenas de milhares de itens diferentes e exigem uma logística enorme, para um pequeno negócio, apontam os especialistas, o investimento em apenas uma linha de produto ou serviço, por exemplo, pode gerar um índice de lucratividade maior em decorrência de foco e público bem delineados. Uma alternativa que promete render muito mais do que o mercado tradicional.

"Dependendo do modelo de negócios e do mercado que se deseja atingir, investir na web, pode sair um pouco mais econômico, haja vista não existir a necessidade de se investir em um ponto comercial - o que envolve, aluguel, luvas e reformas, apesar de, às vezes, ser necessário um galpão ou armazém", aponta Marcos Morita, especialista em marketing e planejamento estratégico.

Mais em conta

No entanto, destaca o consultor, em determinados negócios virtuais, há algumas questões que precisam, e devem, ser muito bem gerenciadas: "no caso da venda de produtos, pontos como disponibilidade de estoque, cuidado na embalagem e rapidez na entrega, os quais podem adicionar custos à operação". "Saliento ainda a questão da construção e manutenção do site. Em suma, vale à pena colocar todos os gastos na ponta do lápis, caso o empreendedor esteja em dúvidas sobre qual tipo de negócio investir", emenda.

Segundo Mônica Tomé, articuladora de Acesso ao Mercado do Serviço de Apoio à Micros e Pequenas Empresas no Ceará (Sebrae-CE), além de mais um canal de comercialização para empresas no formato tradicional, "para outros, a web surge como o único canal para atividades específicas ou para se iniciar um novo negócio". "Vai depender do publico e/ou propósito a que se dirige", reforça.

"Queira ou não, quem consome pela internet tem um perfil diferenciado, geralmente é um público mais jovem. Pode ainda, em alguns segmentos, ser preferencialmente formado só por homens ou só por mulheres. Além do que, é preciso também que o empreendedor tenha noção precisa do tamanho do seu mercado, pois ele não vai estar atingindo, por exemplo, só o Ceará", ensina Mônica Tomé.

Vantagem

Características que, ao lado de custos menores, acrescenta Morita, aparecem como vantagem, pois "não há limitação de horário, os pedidos podem ser recebidos a qualquer hora e não há restrições às vendas próximas ao estabelecimento", mas que vão exigir mais dedicação de quem opta pela web. "Estar 24 horas no ar vai exigir mais dedicação do empreendedor, pois ele precisará ter uma estrutura por trás para dar suporte e, assim, ganhar credibilidade", afirma Mônica Tomé.

Serviços em destaque

Ainda segundo a especialista, o setor de serviço apresenta-se como o mais promissor, ampliando bastante o leque para quem está entrando no mundo dos negócios virtuais. "Embora a comercialização de produtos tenham crescido, assim como também se diversificado", fala.